Exemplo da gestão estatal de rodovias é a BR-163 em Mato Grosso, uma importante via do agronegócio que tem trechos praticamente abandonados. Neste ano o Brasil deve produzir 200 milhões de toneladas de grãos. Um quarto disso tudo sairá de Mato Grosso.
O problema é depender da principal rota de escoamento, a BR-163, por onde vão passar 70% de tudo que será levado para portos do Sul e Sudeste do país.
No ano passado, 851 km da BR, em um trecho que vai da divisa com Mato Grosso do Sul até o município de Sinop, passaram para iniciativa privada. Mas a conservação e a duplicação de metade disso ainda estão sob responsabilidade do DNIT, um departamento do Ministério dos Transportes que deverá duplicar até 2019 400 km e depois entregá-los para a concessionária que venceu a licitação.
Até lá o motorista que trafega pela BR-163 tem pela frente poucos trechos duplicados e muita pista simples. Sinônimo de perigo. Só neste ano 28 pessoas morreram em acidentes de trânsito na rodovia.
"Chega a ter um a dois acidentes por dia. De gravidade, deve ter uns 10 a 12 por mês", conta Emilio Fernandez, chefe da delegacia da Polícia Rodoviária Federal.
Um dos pontos com mais reclamações é o que liga as cidades de Várzea Grande e Rosário Oeste, em Mato Grosso. Os buracos e ondulações tomam conta da pista. O DNIT diz que contratou duas empresas para fazer a manutenção, mas uma delas abandonou a obra e a licitação feita para definir a empresa que duplicará a pista ainda não foi finalizada.
"Até o final deste mês de junho nós vamos assinar contratos com as empresas que farão a execução das obras de duplicação desse segmento. O prazo são dois anos e meio", diz Luiz Antônio Garcia, superintendente do DNIT.
Para completar, alguns trechos duplicados pelo DNIT já apresentam problemas como o do município de Nobres. A segunda pista até estava pronta, mas foi fechada porque oferece riscos aos motoristas: como o deslizamento de pedras do morro que fica ao lado da pista. A via só deve ser liberada em setembro.
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