A venda do milho safrinha está bem lenta, em Mato Grosso, e isso provoca reflexos nas transportadoras e armazéns.
A colheita dos 2 mil hectares de milho em uma propriedade em Sinop, norte de Mato Grosso, acabou há 30 dias, mas nenhum grão foi vendido até agora. O gerente da fazenda, Roberto Negrine, explica que a saca está sendo vendida na região por um valor abaixo do custo de produção e para não ter prejuízo, a tática foi guardar a produção em silos bolsa. “Faz um mês que o milho está dentro do silo bolsa e deve ficar até o final do ano”, diz.
Se o milho está parado no campo, falta trabalho para quem vive de transportar a safra. Hélio Martins é motorista e reclama que os agricultores não estão mais contratando os serviços dele.
No pátio de uma transportadora em Sinop, os caminhões estão parados e a procura pelo frete caiu. "Este ano, nós tivemos uma redução de, no mínimo, 20% em comparação aos fretes do ano passado. No momento, estamos com dois meses de poucas cargas, tendo dificuldade para honrar nossos compromissos e dívidas", diz Geison Tanchela, gerente da transportadora.
Se o milho não é comercializado logo, em alguns armazéns o cenário é de grãos parados até fora dos silos. Aí a preocupação aumenta porque daqui a pouco começa o período de chuvas na região e, logo depois, a colheita da soja. “Você pega o milho exposto, mais o que está dentro dos armazéns, isso dá um volume alto e que não sai assim da noite para o dia”, explica Paulo Morgado, gerente do armazém.
A colheita do milho safrinha está praticamente encerrada, em Mato Grosso, mas até agora, apenas 39% da produção foi comercializada.
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