O trecho mineiro da BR–381 – rodovia federal com mais mortes e acidentes nos últimos três anos – tem em média 1,1 colisão por hora, enquanto nas outras estradas federais que passam pelo Estado essa média é de 1,8. Em 2013, foram 289 mortes na BR–381, 5,4% a mais que no ano anterior, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nada honroso, o cenário tem destruído famílias como a de um motorista que morreu nessa segunda na rodovia, após colidir frontalmente o veículo que dirigia com um caminhão, em João Monlevade, na região Central.
Os prejuízos não param por aí. No último domingo, na altura de Betim, na região metropolitana, o tombamento de uma carreta conduzida por um motorista alcoolizado interditou uma faixa da rodovia por cerca de 20 horas.
São também nessa estrada que ocorrem cerca de 38% dos acidentes e 23% das mortes em vias federais de Minas. A pista simples e as mais de 200 curvas fechadas nos 118 quilômetros entre a capital e João Monlevade são algumas das razões para a BR–381 ser chamada de “rodovia da morte”, conforme especialistas. “O traçado é propício para acidentes. A duplicação reduziria 90% das mortes, que em sua maioria ocorrem por colisão frontal”, destacou José Aparecido Ribeiro, especialista em transportes e presidente da ONG SOS Rodovias Federais de Minas.
A duplicação teve início no último mês, em sete dos 11 lotes previstos entre a capital e Valadares, no Vale do Rio Doce. No entanto, os lotes que ficam próximos à capital não têm empreiteira. O edital está sendo revisto para atingir o preço pretendido pelas construtoras.
O bom uso das estradas por parte dos condutores é fundamental, segundo o inspetor da PRF-MG Aristides Júnior. “Não adianta só melhorar a via se não houver colaboração dos motoristas.”
Radares e lei seca aliviam a violência
O número de acidentes nas BRs que cortam Minas caiu 1,2% em 2013 em relação a 2012. No período anterior (2012 contra 2011), a queda havia sido de 2,5%. As reduções tímidas, conforme a Polícia Rodoviária Federal em Minas, devem-se à implantação de radares e ao maior rigor na fiscalização da Lei Seca.
Em todo o pais, já foram implantados 2.000 dos 2.696 radares previstos no plano do governo federal, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
voltar