No Brasil, geração Z quer, sim, ocupar cargos de liderança
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Pesquisa realizada com quase mil jovens mostra que eles querem ser líderes, mas não gestores como os que existem hoje

A maioria (64%) dos jovens da geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) planeja garantir cargos de liderança e 71% pretendem conduzir equipes inspirados na figura de um chefe mais “amigo, que conversa sobre temas que não se restringem ao trabalho”.

A análise aparece na pesquisa “GenZ Além dos Rótulos”, com 929 jovens de 15 a 29 anos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país. O levantamento, obtido pelo Valor, foi realizado em abril pelo Instituto da Oportunidade Social (IOS), que atua há 26 anos na formação e empregabilidade por meio de cursos gratuitos.

Em contraponto à ideia existente de que a geração Z não se interessa por alcançar posições de comando, os dados mostram que os jovens estão dispostos a começar uma jornada de liderança, diz Kelly Lopes, superintendente de IOS

Estudos realizados nos últimos anos indicam que somente uma pequena parcela da geração Z teria ambições de subir na pirâmide corporativa, por valorizar, antes de qualquer promoção, um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

“Foi surpreendente constatar que a maioria deseja a liderança e entende que precisa percorrer um caminho estruturado para chegar ‘lá’”, diz Lopes. Segundo o estudo, 65% acreditam que o ensino superior é o atalho certo para ocupar cadeiras de decisão e que o aperfeiçoamento de habilidades comportamentais é fundamental.

Entre os entrevistados, 69% estão cursando ou concluíram o ensino médio, 4% têm diploma superior e 2% contam com repertório técnico. A maior parte (97%) é ou foi estudante da rede pública. “A maturidade que eles apresentam na pesquisa desmonta as afirmações de que não ambicionam um crescimento de carreira. Na verdade, os jovens têm pressa de chegar à liderança”, afirma a executiva.

Segundo o relatório, 96% avaliam como “importante” e “muito importante” que as empresas ofereçam planos de carreira. “A geração Z vem sendo ‘acusada’ de não almejar a liderança, mas o que ela quer é fazer ‘diferente’”, explica. “Querem ser líderes, mas não desejam ser os líderes que temos hoje. Querem estar preparados, com conteúdo para compartilhar com os times, servindo como exemplos e ainda ‘ouvindo’ muito para desenvolver soluções criativas para problemas complexos.

No levantamento, 71% acreditam no trabalho das chefias que apresentam um perfil “mais próximo”, de “amigo” ou que conversam sobre temas que não se restringem ao ambiente corporativo. Mais da metade (54%) se inspira em líderes que dão autonomia e feedbacks diários.


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