Presidente do Sistema Transporte destaca desafios do setor para contribuir para a transição energética no Brasil
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Durante o evento “CNN Talks – Próximos Passos para a Transição e Transformação Energética no Brasil”, realizado na noite dessa segunda-feira (3), em São Paulo, o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa, falou sobre os principais desafios enfrentados pelo setor transportador na efetivação da transição energética no Brasil.

O presidente do Sistema Transporte fez parte do painel “Do fóssil ao renovável: Desafios e oportunidades dos biocombustíveis”. Na ocasião, foram apresentados alguns dados sobre a necessidade de reduzir a poluição.

Vander Costa ressaltou que já existem no Brasil diversas iniciativas sustentáveis em andamento, como a implementação do combustível sustentável de aviação, o uso de carros elétricos, além de estudos que envolvem a transição de veículos com motor ciclo diesel para biocombustíveis.

Segundo o presidente, porém, é necessário pensar na viabilidade das medidas. “Com relação ao biodiesel, a CNT defende que haja um estudo científico técnico e apurado. Nós contratamos estudos junto a universidades que mostram que, em determinados veículos, aqueles que predominam no Brasil, a transição pode aumentar a emissão de poluentes, em vez de diminuir”, destacou.

Com base nisso e buscando soluções viáveis, o presidente Vander explicou que uma opção seria o diesel verde, que tem a mesma origem do biodiesel, mas com a tecnologia mais avançada e pode ser utilizado em todos os caminhões que rodam no país.

Múltiplas soluções

Além da adoção do biodiesel, o presidente do Sistema Transporte enfatizou que pode haver múltiplas soluções, não só pelo tipo de transporte, mas também pela especificidade da região. Mas ressaltou a necessidade de ações do Governo para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis na área.

“Uma opção, por exemplo, seria aumentar a Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico) do combustível e subsidiar um outro tipo de desenvolvimento e tecnologia. A gente está enxergando que o Brasil tem oportunidade de acelerar a descarbonização, mas é necessário que haja mais efetividade”, alertou.

De acordo com ele, outra forma de reduzir a emissão de poluentes é a renovação da frota. “Um veículo de 20 anos polui mais de 10 vezes que um veículo novo. Então, falo de renovar a frota no sentido de tirar o veículo poluente, levar ele para uma reciclagem integralmente e colocar um veículo novo menos poluente como uma alternativa”, enfatizou.

Outras opções sustentáveis

Outra opção apresentada pelo presidente do Sistema Transportes foi a eletrificação dos veículos. Ele apontou que essa pode ser uma solução para o transporte urbano, tanto de cargas quanto de passageiros, mas que ainda necessita de investimentos muito altos.

“Já temos veículos rodando no Brasil a eletricidade. O Brasil é um país que gera energia elétrica limpa. Então, para o urbano e pequenas distâncias, pode ser uma solução viável. O problema é o investimento, que ainda é muito caro, mas a indústria pode reduzir o preço se aumentar a quantidade de veículos vendidos”, sugeriu.

Para o transporte de cargas, Vander Costa destacou o gás como uma solução viável. “Já estão sendo produzidos caminhões no Brasil com capacidade de rodar até 1.200 km com um único abastecimento. O gás tem a vantagem de que podemos usar as redes de abastecimento nos postos que já temos nas rodovias”, explicou.

Investimentos

Sobre a necessidade de investimentos apontada pelo presidente do Sistema Transporte, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira, que também participou do evento, destacou quais medidas o governo federal está tomando para viabilizar a transição energética.

Com relação ao setor de transporte, apontou que o governo tem buscado a descarbonização da mobilidade. “Investimos muito e temos um potencial tremendo não só nacional, mas também internacional. Foi muito importante a aliança global pelos Biocombustíveis assinada com os Estados Unidos e com a Índia. Afinal, os biocombustíveis são para o Brasil o que o petróleo é para a Arábia Saudita”, salientou.

O ministro disse, ainda, que o tema será destaque em reuniões com outros países, como o G20 e a COP do ano que vem. “O carbono não tem fronteiras. Ou seja, a transição energética efetiva do ponto de vista da sustentabilidade só vai se dar de forma sólida e efetiva quando os países, em especial os industrializados, entenderem a importância desse tema”, enfatizou.

 

Fonte: Agência CNT Transporte Atual


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