“Geralmente, a gente se depara com a polícia de trânsito para fiscalização ou quando estamos envolvidos em algum acidente, duas situações tensas”, disse Edson Molinari, inspetor da Polícia Rodoviária Federal e gestor de Educação para o Trânsito.
No mês que marcou a conscientização sobre a segurança no trânsito – O Maio Amarelo, ele destacou a importância de as transportadoras estarem próximas das forças de segurança na reunião da Comissão de Sustentabilidade, que ocorreu no último dia 15.
Durante o encontro, foram abordados alguns índices comparando os dados dos sinistros apurados pela PRF em 2022 com 2023. Foi observado que houve aumento de todos os tipos de sinistros, exceto o tombamento de carga. A maior parte deles, ocorreu por colisão traseira.
As rodovias com maiores índices de sinistralidade são as BRs 101 e 116 e os meses com piores índices são novembro e dezembro.
No total, em 2023, aconteceram 67.752 acidentes em rodovias federais, destes 17.987 foram com caminhões. Entre as principais causas presumíveis, em primeiro lugar, está a reação tardia do condutor, seguida da velocidade incompatível.
“A distração muitas vezes se configura no uso do celular. É da sensação de plena segurança que nasce a vulnerabilidade, e por incrível que pareça, a maioria dos acidentes acontece de dia e em pistas retas”, afirma o inspetor.
“Se você cruzar as informações por sexo e idade dos condutores, a gente tem uma representação do perfil do motorista profissional do TRC”, comentou Fernanda Veneziani, coordenadora da comissão, ao saber que 28% dos envolvidos estão acima dos 45 anos e 80% dos mortos em acidentes são do sexo masculino.
Medidas preventivas e boas práticas
Algumas boas práticas empresariais para a segurança viária foram levantadas pelos participantes da reunião, como: o cuidado e o controle da jornada do motorista, a qualidade do sono deste profissional, os treinamentos de direção segura e a telemetria.
“A segurança viária está atrelada à governança das empresas. Quando você se preocupa com a saúde do seu motorista, ele se sente mais valorizado”, lembrou Ricardo Melchiore, vice-coordenador da comissão.
“E sendo valorizado, ele passa a se sentir uma referência e tem a ideia da responsabilidade que ele tem. Dessa forma, ele se compromete melhor com a causa”, acrescentou também o inspetor.
Ainda para Molinare, a saída para um trânsito mais seguro é a educação. “Hoje, o motorista tem mais medo de sofrer uma multa do que um acidente”, lamentou ele.
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