Índice de Atividade do Banco Central, que avalia o ritmo da economia brasileira, atingiu o menor nível desde outubro de 2006
A pandemia do novo coronavírus voltou a pressionar a atividade econômica em abril, mês que foi inteiramente afetado pelas medidas de isolamento social no Brasil, adotadas na segunda metade de março. O Banco Central informou nesta quinta-feira, 18, que seu Índice de Atividade (IBC-Br), uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) despencou 9,73% em abril ante março. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano. Em março, o recuo havia sido de 6,16% (resultado revisado).
De março para abril, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 131,05 pontos para 118,30 pontos na série dessazonalizada. Esse é o menor valor desde outubro de 2006 (117,99 pontos).
A baixa do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam resultado entre -16,00% e -8,40% (mediana em -10,24%).
Na comparação entre os meses de abril de 2020 e abril de 2019, houve baixa de 15,09% na série sem ajustes sazonais. Nessa base, o IBC-Br encerrou abril em 117,89, no pior resultado para meses de abril desde 2006 (112,61 pontos).
O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é de variação zero. Esse cálculo, no entanto, está defasado, como vem reconhecendo o próprio Banco Central. No próximo dia 25, a instituição divulgará uma nova estimativa por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Segundo o Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, 15, a projeção de analistas do mercado financeiro é de queda de 6,51% do PIB em 2020.
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