O presidente do Sindicato, Francisco Pelucio, entregou à Assembleia um documento da entidade contendo sugestões dos transportadores para melhorar as condições de operações na metrópole. O texto tem sido utilizado também nos debates com a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, do Governo do Estado, dos quais participam o vice-presidente do SETCESP, Manoel Sousa Lima Jr. e o diretor da entidade, Altamir Filadelfi Cabral, autor das argumentações técnicas das sugestões.
Em essência, as sugestões do SETCESP contemplam a padronização das restrições nas cidades que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, além de defender a racionalização dos horários para evitar desperdícios operacionais e custos para a sociedade.
Confira abaixo os tópicos das sugestões do SETCESP:
Propostas do SETCESP para a Logística de Bens na Região Metropolitana de São Paulo
1) INCLUSÃO DA CARGA NOS PLANEJAMENTOS de TRANSPORTES URBANOS e METROPOLITANOS
O SETCESP sempre defendeu a criação de diretorias e secretarias de logística nas Prefeituras das cidades da Região Metropolitana, geridas por profissionais técnicos, para balizar os estudos e as decisões sobre logística, transporte de cargas, circulação viária e transporte público, lembrando que o não é viável continuar pensando apenas no transporte coletivo dentro das administrações públicas e relegar os assuntos da carga ao segundo plano.
2) ADOÇÃO DE POLÍTICAS DE USO DO SOLO NO ENTORNO DO RODOANEL, FERROANEL e CONTORNOS RODOVIÁRIOS PARA FINS LOGÍSTICOS
O SETCESP participou do nascimento do projeto do Rodoanel Mário Covas, um empreendimento de importância vital para São Paulo, mas o projeto tem causado grande especulação imobiliária nos terrenos do entorno da via. A entidade defende que o governo pratique políticas de uso racional das áreas do Rodoanel, para a construção de terminais logísticos e Centros de Distribuição, a fim de otimizar a logística na metrópole.
3) PADRONIZAÇÃO DOS CONCEITOS E ELEMENTOS DE RESTRIÇÕES A CAMINHÕES PARA A RMSP
O SETCESP defende:
I- A padronização dos horários de restrição, a, no máximo, 3 horas por turno, das 6 h às 9 h e das 17 h às 20 h, de segunda a sexta feira, somente.
II- A padronização de um VUC metropolitano, com largura de 2,30 m e comprimento de 7,20 m, com capacidade 30% maior do que o VUC paulistano atual, capaz de substituir 2 utilitários, para circular livremente pela RMSP, 24 h por dia, sem nenhum tipo de restrição.
III- A padronização de um veículo médio, do tipo “TOCO”, com 2 eixos, com até 10 m de comprimento e 2,60 m de largura, capaz de substituir 2 VUCs, para circular livre de restrições, 24 h por dia, pelos corredores de ligação entre as cidades da RMSP. A criação, no território do município ou consórcio de municípios que restringir o tráfego de passagem, de rotas alternativas viáveis para a passagem dos caminhões maiores, sempre que não houver contorno viário ou Rodoanel. Entendemos por rotas viáveis aquelas que asseguram a preservação da integridade do veículo, sua tripulação e carga, bem como que não acrescentam quilometragem e tempo de deslocamento que as tornem desinteressantes econômica e operacionalmente.
IV- A criação, no território do município ou consórcio de municípios que restringir o tráfego de passagem, sempre que não houver contorno viário ou Rodoanel, de áreas de estacionamento de caminhões, a custo zero, para abrigar os caminhões que, por qualquer razão, optarem por não se utilizarem da rota alternativa adotada pelo município ou consórcio.
V- A uniformização dos tipos de veículos autorizados a circular nos horários restritos (ambulâncias, jornalismo, etc), ficando a sugestão de que sejam adotadas as excepcionalidades da legislação paulistana em toda a RMSP.
VI- Que alguns segmentos específicos de transportes devem ser alvo de estudos específicos com cada setor para diferenciação ou mesmo exceção a restrições, como o transporte de produtos perecíveis, o alfandegário, os guindastes, mudanças e outros.
VII- Que cada município, ou consórcio de municípios, implante uma comissão para analisar excepcionalidades pontuais às restrições, a exemplo da CAEZ, de São Paulo.
4) ALTERNATIVAS À RESTRIÇÃO NAS MARGINAIS DO TIETÊ e PINHEIROS
O SETCESP defende:
I- A redução dos períodos de restrição nas Marginais do Tietê e Pinheiros, para o horário das 6 h às 9 h e das 17 h às 20 h, de segunda a sexta, somente.
II- A livre circulação do VUC (7,20m x 2,30m) e do caminhão TOCO (10m x 2,60m) nesses corredores;
III- A criação de um corredor para caminhões, pela pista expressa da Marginal do Tietê, entre as pontes das Rodovias Anhangüera e Dutra, como alternativa ao Rodoanel Norte, para caminhões previamente cadastrados na CET/SMT.
5) ENTREGA NOTURNA NOS GRANDES PÓLOS GERADORES DE ABASTECIMENTO
O SETCESP defende operações de carga e descarga exclusivamente noturnas para estabelecimentos de grande porte, como Hiper Mercados, Atacadistas, Home Centers, Shopping Centers, Centros de Distribuição, Revendedoras de Veículos e quaisquer outros, com área superior a 5.000 m2 nas áreas urbanas centrais e 10.000 m2 no restante da cidade, com base no Dec. 45.821/05, revogado, equivocadamente a nosso ver, pelo Decreto 48.338/05.
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