
Segmento de cargas acumula crescimento de 37,5% desde o pré-pandemia, enquanto o de passageiros segue 9,6% acima do nível de 2020
Mesmo diante da desaceleração no ritmo da economia brasileira, o setor de transportes segue entre os principais motores do crescimento. De acordo com o Boletim de Conjuntura Econômica da CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgado nesta terça-feira (23), enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) nacional registrou avanço de 0,4% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, o setor de transporte, armazenagem e correios apresentou desempenho superior: alta de 1,0% no período e de 2,2% no acumulado em quatro trimestres.
A análise por modalidades confirma a força do segmento de cargas. Em julho, o volume de serviços do transporte de cargas cresceu 1,0% e já acumula alta expressiva de 37,5% em relação ao nível pré-pandemia, consolidando-se como um dos pilares da recuperação econômica. O segmento de passageiros, por sua vez, ainda enfrenta desafios para sua recuperação: o desempenho do volume de serviços oscila fortemente mês a mês e, em julho, registrou queda de 2,1%.
O impacto do setor também se reflete nos índices de preços. O grupo Transportes do IPCA apresentou redução de 0,27% em agosto, influenciado principalmente pela queda nas passagens aéreas (-2,44%), nas passagens de ônibus interestadual (-1,65%) e no preço do gás veicular (-1,27%). Por outro lado, houve elevação nos preços do transporte por táxi (2,96%) e por aplicativo (3,27%).
Apesar do bom desempenho do transporte no segundo trimestre de 2025, o cenário macroeconômico ainda apresenta desafios. A inflação acumulada em 12 meses está em 5,13%, acima do teto da meta há 11 meses consecutivos, e a taxa Selic permanece em 15% ao ano, segundo decisão do Copom em setembro.
A taxa de juros elevada traz inúmeros desafios para os empresários e para os investimentos em infraestrutura de transporte. Segundo o Relatório Focus, divulgado em 19 de setembro de 2025, a expectativa do mercado é de que a taxa Selic permaneça em 15,00% ao ano até o final de 2025. Para a inflação, a projeção é de que o IPCA encerre 2025 em 4,83%, acima do teto da meta definida para o ano pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).
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