ANTT destaca papel do transporte na transição energética durante Fórum Nacional Energético
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Diretor Felipe Queiroz apresentou panorama de investimentos e regulação para alinhar infraestrutura à agenda de descarbonização e desenvolvimento sustentável
 

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) participou, nesta terça-feira (16/09), da primeira edição do Fórum Nacional Energético, promovido pela Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia (Frente de Energia), com apoio do Instituto Brasileiro de Transição Energética (INTÉ). Representando a Agência, o diretor Felipe Queiroz integrou o painel O setor de transporte e sua contribuição para o desenvolvimento do Brasil e para a transição energética. O evento ocorreu no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília-DF.

O debate reuniu lideranças do poder público, do setor privado e de entidades representativas, com o objetivo de discutir como a matriz de transportes pode contribuir para a redução de emissões, a eficiência logística e o desenvolvimento econômico sustentável.

Durante sua participação, o diretor Felipe Queiroz destacou que a ANTT tem estruturado sua agenda regulatória e de investimentos para alinhar produtividade, resiliência e sustentabilidade. Ele lembrou que o setor de transporte responde por cerca de 27% das emissões nacionais de gases de efeito estufa, o que torna a transição energética um eixo estratégico da Agência.

“Não debatemos infraestrutura nem descarbonização só por fazer. Não é um fim em si mesmo. Fazemos infraestrutura porque ela é um indutor do desenvolvimento. Estamos preocupados em descarbonizar pois a emissão de gases do efeito estufa gera desconforto, mal-estar, custos e ineficiências para a sociedade. O objetivo maior é, portanto, chegar nesse cenário de desenvolvimento que promove bem-estar”, afirmou Queiroz.

Entre os pontos apresentados, o diretor ressaltou os investimentos projetados de aproximadamente R$ 200 bilhões até 2030 no setor rodoviário, com exigências de sustentabilidade incorporadas aos contratos de concessão. Ele também destacou a expansão ferroviária como vetor fundamental da descarbonização: cada tonelada transportada por trem emite, em média, 70% menos CO₂ do que no modal rodoviário.

Além disso, Queiroz citou aprimoramentos regulatórios como o free flow (cobrança automática de pedágio), e os planos de resiliência climática, que visam reduzir emissões e tornar a infraestrutura mais eficiente e adaptada a eventos extremos.

“Tão importante quanto fazer a migração para a energia sustentável para a agenda de descarbonização, é ganhar eficiência no modo rodoviário. Ganhamos eficiência ao adaptar a infraestrutura à resiliência, pois reconstruir uma infraestrutura que não estava adaptada é muito mais dispendioso, tanto em custos quanto em emissões”, destacou.

O diretor também chamou atenção para a mudança de perspectiva no setor financeiro em relação à sustentabilidade: “A Agência tem uma abordagem pragmática em sua agenda. Nossa função social é promover o desenvolvimento da infraestrutura, e essa camada da sustentabilidade se torna muito importante no mundo de hoje. Antigamente, tinha-se essa preocupação de trazer um selo verde para os projetos para diminuir spread em financiamentos. Hoje, isso é um pré-requisito. Em muitos bancos você sequer discute a captação de recursos se não tiver standards mínimos ligados à agenda ambiental.”

 


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