Segundo a Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transporte da Fundação Dom Cabral (PILT/FDC), lançada nesta quarta-feira (10), ocorreram mais de 56 mil acidentes no ano passado
O número total de acidentes de trânsito nas rodovias federais do país ultrapassou os 56 mil casos no ano passado e atingiu o maior patamar desde o início da série histórica, em 2018. Desse total, cerca de cinco mil ocorrências envolveram vítimas fatais e quase 16 mil feridos graves. É o que revela a Plataforma de Infraestrutura em Logística de Transporte da Fundação Dom Cabral (PILT/FDC), lançada nesta quarta-feira (10).
Utilizando dados sobre volume de tráfego do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e sobre ocorrências de acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o resultado revela que após uma queda no índice em 2020, primeiro ano da pandemia, o número total de acidentes está crescendo e supera os anos pré-pandêmicos.
Para garantir comparabilidade entre trechos rodoviários com diferentes intensidades de tráfego, o estudo utiliza dois indicadores técnicos: a Taxa de Acidentes (TAc), que neutraliza o impacto do volume de tráfego no total de ocorrências, e a Taxa de Severidade de Acidentes (TSAc), que além de considerar o volume pondera os acidentes de acordo com a gravidade.
Entre 2018 e 2024, ambas as taxas apresentaram tendência geral de crescimento. A TAc variou entre 1,97 e 2,34. Enquanto a TSAc oscilou entre 9,02 e 9,88.
“Esse número revela que, não só o número de acidentes tem aumentado, mas a gravidade das ocorrências piorou”, diz Paulo Resende, professor e diretor do núcleo de infraestrutura e logística da FDC.
O levantamento aponta que, em média, 74,81% dos acidentes envolveram vítimas feridas, 17,82% não tiveram vítimas e 7,37% resultaram em vítimas fatais. Neste último caso, a proporção em 2024 avançou para 7,51%.
Rodovias mais perigosas
As rodovias BR-101, BR-116 e BR-381 aparecem como as que concentram o maior número de acidentes no país, “o que reflete a relevância logística, o elevado fluxo de veículos e a condição infraestrutural vigente”, explica Resende.
O estudo também mostra padrões consistentes sobre a dinâmica das ocorrências. Ao longo dos seis anos, 54,30% dos acidentes aconteceram em pleno dia e 35,32% em plena noite. Em 2024, essas proporções permaneceram praticamente estáveis, com 54,70% durante o dia e 35,06% à noite.
O levantamento aponta ainda que mais da metade das ocorrências (52,38%) acontece em rodovias de pistas simples, seguida da de pista dupla (39,53%) e múltipla (8,09%).
Entre os tipos de colisão, a frontal responde pela maior parcela da taxa de severidade, com 18,33%, seguida pela colisão traseira, com 15,60%.
“Com essa evidência, concluímos que a duplicação é uma acertada melhoria para as rodovias federais, pois, não só melhora o tempo de deslocamento, mas torna a viagem mais segura, como revelam os dados”, afirma Ramon César, pesquisador e professor associado da FDC.
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