As dez ligações rodoviárias mais caras para os transportadores
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02 de Maio de 2018 – 14h27 horas / CNT

O estudo Rodovias Esquecidas do Brasil: Transporte Rodoviário, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte, identificou as 15 ligações rodoviárias que apareceram mais vezes entre aquelas com as piores avaliações na Pesquisa CNT de Rodovias, entre os anos de 2004 e 2017.

 

Nessas rodovias, as más condições do pavimento fazem elevar o custo operacional para os transportadores. Na situação mais grave, o aumento chega a 65%.

 

Veja, entre as rodovias esquecidas pelo poder público, quais são as mais caras para os transportadores:

 

Jataí (GO) – Piranhas (GO) | BR-158

Aumento do custo operacional do transporte: 65,1%

Nessa ligação, que percorre três municípios, o estado geral está deficiente em todo o trecho. Isso impacta significativamente o custo do transporte, que se eleva em 65,1% devido aos problemas na pista. Foram analisados 191 km. A superfície da via apresenta pavimento desgastado, trincas na malha, afundamentos e buracos em toda a extensão, assim como falta de acostamento.

 

Governador Valadares (MG) – João Neiva (ES) | BR-259/ES, BR-259/MG, BR-381/MG

Aumento do custo operacional do transporte: 44,1%

Nessa ligação rodoviária, 95,7% do pavimento apresentou problemas nos 279 km analisados, o que faz o custo operacional do transporte ficar 44,1% mais caro. Os trechos atendem a nove municípios, onde vivem mais de 530 mil pessoas e que geram R$ 7,16 bilhões de PIB.

 

Barracão (PR) – Cascavel (PR) | BR-163/PR, BR-373/PR, BR-280/PR

Aumento do custo operacional do transporte: 42%

Com 231 km, o número de municípios atendidos pela ligação é de 15. Dos trechos analisados pela Pesquisa CNT de Rodovias em 2017, 85,7% do pavimento apresentou problemas. As más condições dos trechos impactam diretamente o aumento do custo operacional do transporte, que chega a 42%.

 

Florianópolis (SC) – Lages (SC) | BR-475/SC, BR-282/SC

Aumento do custo operacional do transporte: 42%

Com extensão avaliada de 212 km, a ligação atende a oito municípios em uma região que se destaca por abrigar um parque industrial madeireira e uma intensa atividade pecuária. Em 2017, a Pesquisa CNT de Rodovias avaliou que 96,2% dos trechos apresentavam problemas. O custo operacional do transporte fica 42% mais alto.

 

Marabá (PA) – Dom Eliseu (PA) | BR-222/PA

Aumento do custo operacional do transporte: 41%

A CNT avaliou 215 km de extensão da via em 2017, e todo o trecho apresentou problemas no pavimento, na sinalização e na geometria da via. O custo operacional do transporte se eleva em 41%, segundo as estimativas da Confederação. A ligação passa por quatro municípios.

 

Rio Brilhante (MS) – Porto Murtinho (MS) | BR-267/MS, BR-060/MS, BR-419/MS

Aumento do custo operacional do transporte: 36,9%

A ligação atende potencialmente a oito municípios responsáveis por gerar R$ 14,4 bilhões em 2015. Sua posição estratégica está relacionada à localização próxima à fronteira com o Paraguai. Dos 400 km pesquisados, 90% apresentam problemas no estado geral. O custo operacional fica 36,9% maior devido às falhas no pavimento.

 

Manaus (AM) – Boa Vista (RR) – Pacaraima (RR) | BR-174/AM, BR-174/RR, BR-210/RR

Aumento do custo operacional do transporte: 34,6%

Essa ligação atende a uma região de elevada atividade industrial, responsável pela geração de R$ 22,89 bilhões de PIB, segundo dados de 2015, reunindo dez municípios e uma população de mais de 2,6 milhões de pessoas. Mesmo assim, 85,9% da extensão analisada pela Pesquisa CNT de Rodovias apresenta problemas no estado geral. O custo operacional do transporte fica 34,6% maior em razão das deficiências.

 

Dourados (MS) – Cascavel (PR) | BR-163/PR, BR-467/PR, BR-272/PR, BR-163/MS

Aumento do custo operacional do transporte: 29,4%

Os 14 municípios que estão sob a área de influência da ligação possuíam, em 2015, um PIB total de R$ 9,34 bilhões. Além da relevância econômica da região, o município de Dourados tem uma posição geográfica privilegiada em termos de integração comercial com países vizinhos ao Brasil. O pavimento apresenta problemas em 60% dos trechos pesquisados em 2017, o que eleva o custo operacional em 29,4%.

 

Marabá (PA) – Wanderlândia (TO) | BR-230/PA, BR-153/PA, BR-153/TO

Aumento do custo operacional do transporte: 29%

Essa ligação atende a sete municípios. Dos 246 km avaliados pela CNT em 2017, 95,9% apresentaram problemas no estado geral. As más condições do pavimento provocam alta de 29% no custo operacional do transporte.

 

Araguaína (TO) – Picos (PI) | BR-230/MA, BR-135/MA, BR-230/PI, TO-222

Aumento do custo operacional do transporte: 27,3%

Essa ligação atende potencialmente a 20 municípios, com 846 km de extensão. Os trechos ligam importantes áreas produtoras do Piauí. Em 2017, 69,1% dos trechos avaliados pela Pesquisa CNT de Rodovias foram considerados insatisfatórios. O custo operacional do transporte nessa ligação é 27,3% maior em razão dos problemas no pavimento.

 

A verificação dos resultados mostrou que, apesar de todas essas ligações aparecerem nas últimas posições do ranking pelo menos quatro vezes, algumas apresentaram melhorias nos últimos anos. Tanto que, em 2017, apenas oito permaneciam entre as 20 piores.


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