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O sumiço dos componentes eletrônicos no mercado fez com que a indústria da tecnologia tirasse do papel, em tempo recorde, novas fábricas de semicondutores

Foi-se o tempo em que o motorista de transporte de carga tinha apenas a companhia da estrada. As tecnologias invadiram de vez as cabines dos veículos. Não importa se são caminhões, carretas ou utilitários, o fato é que eles estão, cada vez mais, dotados de comandos de controles inteligentes, que minimizam o risco de acidentes.

As tecnologias utilizam câmeras, sensores e o processamento de informações por computadores, para identificar e ativar mecanismos que impedem, por exemplo, colisões. Entre os recursos disponíveis estão sistemas de alerta, frenagem automática de emergência e aviso de ponto cego.

É segurança não apenas no sentido de evitar acidentes, mas também de combater roubo e furtos. Já ouviu falar na visão 360 graus? Ela concede imagens em todos os ângulos, contribui para a manobrabilidade do veículo, principalmente, os de grande porte, mas também é vista como um fator de segurança, já que as câmeras podem estar conectadas a uma central de monitoramento.

Além disso, rastreadores de cargas e veículos somam-se a telemetria, sistema preparado para coletar informações do veículo de forma totalmente remota e instantânea, capturando, dados como o de velocidade média, distância percorrida, consumo de combustível e pneus, localização e tempos de parada.

Isso só é possível graças aos avanços que permitem que vários semicondutores eletrônicos se comuniquem entre si. Eles são capazes de capturar informações na estrada mostrá-las e reportá-las a painéis inteligentes, que permitem inclusive, o comando remoto.

Em um veículo moderno, são utilizados de 500 a 1.500 semicondutores, tanto para gerenciamento do motor e câmbio, quanto para o controle de consumo de combustível e de emissão de poluentes, até os itens de conectividade.

O coração de qualquer tecnologia

Os semicondutores são componentes com capacidade de conduzir eletricidade. Um tipo de elemento químico, com destaque para o silício, adequado para a produção de circuitos como microprocessadores.

É a matéria-prima fundamental para a construção de chips, usados nos mais diversos aparelhos eletrônicos, e que são também distribuídos em componentes eletrônicos de vários tipos de veículos de diferentes portes. Uma peça minúscula, que consegue interferir em gigantes.

Só que com a pandemia de Covid-19, houve uma escassez de semicondutores, que possuem fábricas concentradas no continente asiático, e isso trouxe um problema para a indústria e para os consumidores, após prejudicar a produção dos produtos smarts (do inglês; inteligentes).

A boa notícia é que o esforço global para reduzir o peso da Ásia no fornecimento dessa tecnologia abriu espaço para o crescimento de novas empresas voltadas ao desenvolvimento de chips.  Pelo menos 29 novas fábricas de semicondutores serão inauguradas, em todo mundo, até o final de 2023, para a normalização do fornecimento para fabricantes da indústria automobilística, de smartphones e eletrodomésticos.

E o governo brasileiro também tem projetos na área. A ideia é lançar nos próximos meses o programa Brasil Semicondutores, que deve criar uma série de investimentos na área e atrair grandes fabricantes de chips e outros componentes eletrônicos ao Brasil.

Em um anúncio feito em abril pelo Ministério da Economia, o governo se propôs publicar uma medida provisória que modernizará o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e a Lei de Informática.

Enquanto o Padis concede incentivos fiscais às indústrias de plasma, chip de memória, entre outros, a Lei da Informática prevê benefícios, como créditos financeiros, a empresas do setor de tecnologia.

Ao destacar a importância do mercado interno para a atração de investimentos, a pasta apontou que o setor de semicondutores fatura US$ 1 bilhão no Brasil. Esse valor deverá crescer para US$ 5 bilhões até 2026. Atualmente, o país fabrica apenas 10% do consumo nacional de semicondutores.


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