Ao gosto do cliente
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Saber mais informações para o acompanhamento da carga e contar com um leque de opções para as entregas é o desejo de quem contrata o frete

O processo de rastreabilidade de uma mercadoria tem começo na venda dela pelo cliente. Já o frete, tem início na primeira milha (first-mile), quando se dá a coleta com a identificação da encomenda.

Na milha intermediária (midle-mile), a carga vai para o terminal de origem e passa por uma série de tratamentos, que incluem a emissão de documentos fiscais. Depois entra em um veículo de transferência para a filial de destino, e sai de lá para a última milha (last-mile), a parte final da entrega.

Até chegar ao seu destino a carga passa por várias etapas distintas, mas algo em comum em todas elas, é o rastreamento. Um processo que o cliente deseja, cada vez mais, acompanhar. Isso tanto no B2B (business to business) quanto B2C (business to consumer), ou seja, vale para cargas e mercadorias.

Geralmente, o cliente até tem o acesso às informações do frete no last-mile, só que apenas isso já não é o suficiente. “As informações mais comuns são fases resumidas, mas hoje em dia o embarcador quer saber detalhes e também deseja intervir em caso de necessidade”, conta o diretor comercial da Braspress, Giuseppe Lumare Junior.

Ele afirma que é muito comum, além de saber onde está a carga, que o cliente solicite uma mudança na rota daquele frete. “Digamos que uma mercadoria está vindo de Minas Gerais para Porto Alegre, só que antes ela vai passar em uma filial em São Paulo. O cliente pode, por exemplo, acelerar esse processo e pedir para retirar a encomenda do veículo e enviá-la por uma aeronave. É a multimodalidade a serviço da celeridade”.

Guilherme Juliani, diretor da especialidade de E-commerce do SETCESP, concorda que hoje em dia os consumidores, sejam eles empresas ou pessoas físicas, estão muito ansiosos por informação. “Atualmente, existem diversos aplicativos para consumo e todos trazem o máximo de informações possível. Consegue imaginar o Uber funcionando sem o mapa mostrando onde está o carro?”, indaga exemplificando.

Essa interação só é possível com o acompanhamento em tempo real da frota por uma central de controle, que recebe informações e consegue repassá-las. Tais ferramentas também podem ser utilizadas para a alteração de rotas e destinos, se necessário.

Lumare expõe que a implementação destes sistemas faz parte de um processo de intervenção produtiva, onde o transporte assim como a indústria, pode oferecer um produto. E a partir daí, é possível agregar valor a ele.

“A maior parte da rastreabilidade oferecida atualmente é só uma parcela da cadeia logística, mas o cliente quer ver os processos por inteiro”. Reforça o diretor comercial, destacando que se o frete pode virar produto do transporte, o cliente por sua vez, quer comprar algo customizável, adaptável de acordo com suas vontades.

“Gradativamente o transportador terá que dispor de um portfólio de serviços, que permite a escolha de preços, prazos e meios”.  O diretor comercial enfatiza que daqui em diante as transportadoras devem estar atentas a isso. “Se tem urgência, contrata um transporte e paga mais caro. Se não tem, espera um pouco mais e paga menos”.

A ideia de o transporte ser como a indústria está exposta no livro que Lumare lançou em outubro do ano passado. A obra intitulada ‘Transporte Sob Encomenda: O preço da pressa’, torna evidente este conceito.

“É interessante como o cliente nutre esta expectativa pelo recebimento, ele busca a localização como forma de aliviar esse estresse da ansiedade de saber quando vai chegar”, explica dizendo ser justamente, por essa razão, um excelente negócio oferecer alternativas em caso de emergência.

“O mesmo padrão de informação de aplicativos para passageiros é esperado para as cargas”, complementa Juliani. O diretor revela que no mercado já há sistemas de gestão capazes de gerar fluxos de informações precisas sobre a localização. “Basta um pouco de conhecimento da tecnologia e alguns recursos para poder munir nossos clientes dessas informações”, observa Juliani.

Tanto ele, quanto Lumare acreditam que o mais essencial é que o cliente tenha as suas expectativas atendidas com alternativas de valores ou para se programar e agilizar o recebimento no destino final. É o frete trabalhado com prazo e preços ao gosto do cliente.


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