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15 de Agosto de 2017 – 05h14 horas / Estadão

Segundo o IBGE, trata-se do avanço mais significativo desde o segundo trimestre de 2014; taxa de juros menor favoreceu avanço no consumo de bens duráveis.

 

As vendas do varejo avançaram 1,20% em junho ante maio e avançaram 3,0% em relação ao mesmo mês do ano passado, conforme os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, porém, as vendas do varejo restrito acumularam retração de 0,1% no ano e queda de 3,0% em 12 meses.

 

No trimestre encerrado naquele mês, a alta foi de 2,5% ante o mesmo período do ano passado, interrompendo uma sequência de nove trimestres seguidos de queda e ficando dentro da expectativa de analistas consultados pelo Broadcast. A previsão para este recorte do indicador, que exclui os setores automotivo e de material de construção (restrito), ia de alta de 0,5% a 3,3%.

 

O resultado é o avanço mais significativo desde o segundo trimestre de 2014, quando o varejo teve uma alta de 4,1%. "A melhora entre atividades do varejo foi generalizada no segundo trimestre, seja porque reverteram a queda para crescimento seja porque diminuíram o ritmo de perdas", disse Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

 

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 2,5% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. No trimestre, elas avançaram 2,9% ante o mesmo período do ano passado, o melhor desempenho desde o quarto trimestre de 2013, quando cresceu 3,6%. O movimento interrompe uma sequência de 12 trimestres consecutivos de perdas.

 

Na comparação com junho de 2016, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 4,4% em junho de 2017. Nesse confronto, as projeções variavam de uma expansão de 0,50% a 5,91%, com mediana positiva de 3,50%.

 

As vendas do comércio varejista ampliado subiram 0,3% no ano e recuaram 4,1% em 12 meses.

 

Recuperação. O setor de Móveis e Eletrodomésticos registrou expansão de 2,2% nas vendas em junho ante maio, principal impacto positivo sobre o desempenho do varejo no mês, segundo o IBGE. A redução na taxa de juros beneficiou a venda de bens de consumo duráveis, afirmou Isabella Nunes. "É um setor que tem uma dinâmica de vendas muito associada às compras financiadas. O movimento de redução do custo do crédito sempre tem um impacto", avaliou a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio.

 

Na passagem de maio para junho, o comércio varejista registrou taxas positivas em seis das oito atividades pesquisadas. Os demais avanços foram assinalados por Tecidos, vestuário e calçados (5,4%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,7%); Combustíveis e lubrificantes (1,2%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,5%); e Livros, jornais, revistas e papelaria (4,5%).

 

Na direção oposta, o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo pressionou negativamente a taxa, com um recuo de 0,4%. Também houve redução em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,6%).

 

"Supermercados estão mais próximos de uma estabilidade do que de uma queda. Esses recuos têm que ser relativizados, porque os dois setores vinham de crescimentos significativos em meses passados", lembrou Isabella.

 

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o avanço de 2,5% no volume vendido teve contribuição ainda de Veículos e motos, partes e peças (3,8%) e Material de construção (1,0%).


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