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18 de Novembro de 2015 – 04h05 horas / Portal Transporta Brasil

Apesar de um 2015 complicado, A Fenabrave tem expectativas otimistas para o mercado de caminhões em 2016. Bem diferente do cenário negativo que projeta para automóveis e comerciais leves, em que prevê nova queda anual das vendas, a associação que representa os concessionários revendedores dos fabricantes calcula que a demanda por veículos comerciais de carga pode crescer quase 7% em relação a este ano, chegando a 75 000 unidades emplacadas.

 

“A safra recorde de 209 milhões de toneladas deve ajudar. São 90 milhões de toneladas só de soja, que não têm silo para armazenar, precisa ser levada até o porto pelos caminhões”, justifica Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.


Embora seja um resultado positivo após dois anos consecutivos de queda, caso se concretize a projeção da Fenabrave ainda mostra um mercado bastante deprimido em relação a anos anteriores, já que desde 2007 os volumes de caminhões vendidos no país giravam acima 100 000 unidades/ano. A interrupção desses níveis de vendas acontece justamente em 2015. A entidade estima que de janeiro a dezembro sejam emplacados 73 000 caminhões, o que significará  retração de 46,7%.

 

SAFRA E PSI


Assumpção reconhece que as taxas de juros muito baixas praticadas nos últimos anos pelo BNDES, na linha de financiamento para caminhões Finame-PSI, acabaram criando uma enorme frota subutilizada de veículos novos, comprados só para aproveitar o crédito barato. Mesmo assim, ele aposta que a safra recorde a ser colhida no primeiro semestre de 2016 vai aquecer novamente as vendas. “Foram comprados muitos caminhões novos, mas ainda existem muitos velhos rodando para serem substituídos”, avalia.

 


Também ajuda a concretizar negócios o recuo do governo em cancelar o PSI mais cedo este ano, estendendo na semana passada para 27 de novembro o prazo final para receber novas propostas de financiamento pela linha.


Para o ano que vem, no entanto, não se espera por nenhuma renovação do PSI: “Não vemos nenhuma chance. O que esperamos é a continuação do Finame normal, com TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, variável), que ainda será a taxa mais barata do mercado”, prevê o presidente da Fenabrave.


Outra expectativa é a criação do esperado programa de renovação da frota de caminhões, com potencial para acrescentar 200 000 novos veículos ao mercado. “O brasil tem uma frota de cerca de 2,3 milhões de caminhões, sendo 80% deles nas mãos de autônomos com média de 24 anos de uso. Os outros 20% são de transportadoras com média de 14 anos. Essa situação não se sustenta para transportar os 90 milhões de toneladas de grãos de soja previstos para a próxima safra. A renovação é essencial”, defende Assumpção.


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