Compartilhe
30 de Maio de 2017 – 03h07 horas / Uol

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, buscou minimizar um eventual atraso na aprovação da reforma da Previdência, algo que foi colocado em discussão por analistas e economistas após a crise política que engolfou o governo de Michel Temer. "Do ponto de vista fiscal, não serão um, dois, três, quatro ou cinco meses que farão diferença na aprovação da reforma da Previdência, afirmou. Ele ponderou, no entanto, que uma aprovação rápida da reforma é crucial do ponto de vista da formação das expectativas de empresários.


Em entrevista em evento em São Paulo na segunda-feira (29), preferiu citar como data para aprovação da reforma o mês de junho, como sinalizado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, antes do estouro da crise política.


Meirelles reconheceu que a maioria da população é contra a reforma, mas também minimizou o problema. Ele disse que a discussão tem que ser colocada não na base da perda de direitos, mas na de assegurar o recebimento de um benefício futuro. "Isso depende muito como se pergunta. Uma outra coisa é que a população está muito impactada pela crise", disse.


Segundo Meirelles, não há plano B para a reforma da Previdência e nem expectativas com relação à eventual mudança do projeto. Disse ainda que as reformas já aprovadas, como o teto de gastos, garantem a trajetória de crescimento no curto prazo, mas a da Previdência assegura a sustentabilidade desse quadro.


Ele afirmou ainda que acredita que o número de parlamentares que vão votar a favor da reforma é maior do que parece. "Eu digo ao parlamentar que vai disputar eleição o que é melhor: o Brasil crescendo, gerando emprego e inflação baixa ou desemprego maior e inflação maior com o voto contra a Previdência?", exemplificou.


CRESCIMENTO ECONÔMICO


Meirelles lembrou que o indicador do PIB do Banco Central, o IBC-Br, subiu 1,12% no primeiro trimestre em relação ao trimestre anterior e a expectativa é que o dado do IBGE fique um pouco abaixo disso, o que considera algo "muito bom".


Segundo Meirelles, a economia estará crescendo 2,7% no quarto trimestre de 2017 em relação a igual período do ano anterior. Com relação aos juros, disse que o mercado discute um corte da taxa Selic de 1 ponto, 1,25 ponto ou 0,75 ponto percentual, mas disse que o mais importante é que "ninguém discute se o Banco Central vai subir ou descer a taxa". A redução do juro, disse, reflete a queda da inflação.


BNDES


O pedido de demissão de Maria Silvia Bastos Marques da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e sua substituição pelo economista Paulo Rabello de Castro não muda nada, disse há pouco o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele sinalizou, no entanto, que a recuperação econômica abre espaço para a retomada de empréstimos. "Agora, com o país e investimento crescendo, o BNDES vai cumprir o papel dele, disse, sem dar mais detalhes.


Para o ministro, Maria Silvia fez um "grande trabalho e é profissional competente". Segundo ele, a ex-presidente do BNDES mudou os critérios de crédito do banco e estabeleceu procedimentos operacionais importantes no banco de fomento.


voltar