Empresas preveem demissões com o fim da desoneração da folha
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07 de Junho de 2017 – 03h06 horas / Folha de Londrina

A partir de julho, as empresas que contavam com o benefício da desoneração da folha de pagamento passam a recolher INSS da maneira antiga, ou seja, numa alíquota de 20% sobre os salários. A desoneração foi implantada no governo Dilma Rousseff e permitia às empresas contribuírem com um porcentual sobre o faturamento bruto, em alíquotas que variavam de 1% a 4,5%. Alguns setores alegam que terão de demitir funcionários porque não vão aguentar o aumento de custo.

 

O transporte rodoviário de carga é um dos que mais reclamam. A associação nacional que representa as empresas do setor, a NTC&Logística, estima um corte de 10% dos funcionários das transportadoras. A entidade ainda tenta fazer o governo mudar de ideia e manter o benefício. Nesta terça-feira (6), o presidente da associação, José Hélio Fernandes, reuniu-se em Brasília com o senador Airton Sandoval (PMDB-SP), relator da medida provisória 774, que trata da reoneração. Segundo a assessoria da NTC&Logística, Fernandes entregou ao senador um estudo sobre o impacto negativo que a MP trará para a atividade.

 

Para Wagner de Souza, diretor da transportadora Luzza Encomendas e presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Oeste do Paraná (Sintropar), a reoneração será um "desastre". "Vai fazer com que 70% das empresas deixem de recolher impostos. Ou você paga fornecedores ou paga o governo", afirma. Na empresa dele, que conta com 250 funcionários, o custo vai aumentar em R$ 35 mil por mês. "Não tenho de onde tirar", reclama.

 

A solução, segundo o empresário, será fechar algumas das 40 unidades que a transportadora mantém no Estado, o que acarretará demissões. Souza diz que a empresa já terceiriza metade do pessoal que trabalha para ela e não tem como aumentar esse índice.


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