Congestionamentos de SP causaram prejuízo de R$ 40 bilhões em 2012
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11 de Março de 2014 – 02h35 horas / G1

Ao todo, R$ 40 bilhões foram jogados fora no trânsito da maior cidade do país em 2012. O cálculo é da Fundação Getúlio Vargas, que mostra o prejuízo que o congestionamento causa em São Paulo.


Nos últimos cinco anos, o número de pessoas que se deslocam de carro e de moto cresceu muito mais do que o de passageiros do transporte público, e o resultado é cada vez mais congestionamento.


Até em horários em que não costumava ter trânsito, como o do almoço, por exemplo, já concentra mais viagens do que pela manhã e à noite por causa da saída das empresas e das escolas.


Em cinco anos, os deslocamentos pela cidade – inclusive a pé – cresceram 15%. No mesmo período, a população aumentou apenas 2%.


Está cada vez mais difícil falar em horário de pico. O estudo de mobilidade divulgado na segunda-feira (10) pelo governo paulista mostra que, muitas vezes, o congestionamento ao meio dia é maior do que de manhã ou no fim da tarde.


Quem pode, abre mão do carro. Os números mostraram que as pessoas com renda alta estão aderindo ao uso do transporte coletivo, que aumentou 16%. Mas as pessoas de renda baixa estão usando mais os carros e este tipo de deslocamento subiu 21%. A frota de veículos particulares cresceu 18%.


A Fundação Getúlio Vargas fez o cálculo: os gastos gerados pelo trânsito em São Paulo passaram de R$ 17 bilhões, em 2002, para R$ 40 bilhões, em 2012. A maior parte foi perdida em horas produtivas. Em dez anos, só este gasto subiu de R$ 10 bilhões para mais de R$ 30 bilhões.

 

Sem ter para onde correr, algumas empresas adotaram soluções caseiras. A prática do home office, ou trabalho em casa, tem descido dos altos escalões e tomado todos os departamentos.


Em uma multinacional de eletrônicos, os funcionários podem escolher um dia da semana para trabalhar de casa. O diretor de RH diz que o rendimento aumentou e as despesas diminuíram. “Se 20% da população é flutuante, ao longo da semana, você pode trabalhar com espaço menor. Muitas vezes a comunicação acaba acontecendo praticamente via internet, onde a gente sabe que os custos são muito menores”, afirma Eduardo Martins.


Guilherme Pesinato foi para o escritório. “Dormi menos e perdi uma hora no trânsito”, conta o analista de marketing.


Em casa ele fica mais descansado, mais concentrado, mas também não tem moleza não. “Trabalho de igual para mais. A cobrança é sempre a mesma, independente se eu tiver no escritório, na rua ou em casa”, afirma.


Adriana Cataplano só não trabalha em casa em dia de reunião. A empresa ajuda a pagar as contas de energia e internet, e ela diz que consegue entregar um trabalho melhor. “Trabalhar em casa tem o benefício de você começa a trabalhar descansado, isso traz qualidade para o trabalho com certeza”, afirma a gerente de negócios.


A pesquisa de mobilidade indicou os três tipos de deslocamento que mais aumentaram, na Região Metropolitana: o transporte escolar subiu 51;, o uso dos táxis, 50%; e as viagens de trem foram as que mais cresceram: 62%.


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