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07 de Julho de 2016 – 05h16 horas / Automotive Business

O segmento de caminhões parece ter alcançado um nível estável de vendas mensais e estancado as frequentes quedas que vinham sendo registradas mês após mês desde o ano passado. Os licenciamentos realizados em junho totalizaram 4,2 mil unidades, 3% acima do volume de maio, que também ficou na casa dos 4 mil caminhões.

 

“Estamos percebendo certa estabilidade. Estamos em 4 mil, mas já tivemos 3,8 mil, o que, lamentavelmente, ainda é um nível muito baixo”, comenta Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. Ele acrescenta que este é menor resultado mensal para junho desde 1996. “Este baixo volume ainda é provocado pela fraca economia. Com a queda nos setores de eletroeletrônicos, vestimentas [entre outros], há uma menor necessidade de movimentação, o que compromete o desempenho das fabricantes de caminhões”, ressalta.

 

No acumulado de janeiro a junho o segmento segue com retração acentuada, de 31,4% com relação aos mesmos meses do ano passado. Foram 25,5 mil unidades licenciadas neste ano contra as 37,2 mil do primeiro semestre de 2015.

 

Para o executivo, embora as vendas mensais do segmento parecem ter estancado a queda, a expectativa de melhora para o mercado de caminhões depende fundamentalmente da evolução do mercado brasileiro. “Só virá de uma forma definitiva [a recuperação] com o crescimento da economia”, reforça.

 

Saltini acrescenta que a Anfavea não divulga o total de caminhões estocados pelas associadas, mas defende que as empresas continuarão adequando seus estoques ao nível atual que o mercado demanda. Atualmente, a indústria nacional de caminhões registra ociosidade mínima de 75%, sendo que o mercado automotivo (somando leves e pesados) que acumula capacidade para produzir 5 milhões de veículos está com ociosidade em 50%.

 

“Não vejo nenhum indício de alteração [desse índice], só se o mercado exportar um pouco mais”, conclui.

 

A produção do segmento cresceu 4,5% na passagem de maio para junho, com um total de 5,5 mil unidades, enquanto no acumulado do primeiro semestre houve retração de 24,8%, para 31,2 mil caminhões – há um ano este volume foi de 41,6 mil.


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